segunda-feira, 26 de setembro de 2016

O reimaginador de vidas ou: como explicar para as pessoas o que é que você decidiu fazer pra ganhar o pão

Se pudéssemos enumerar as artes e as ciências em linha, da mais primordial até a derradeira, certamente a filosofia seria o Alfa. Dela derivam todas as outras, direta ou indiretamente. Salvo uma ou outra dificuldade de enumeração aqui e ali, o surgimento de cada arte em cada tempo poderia ser o tal critério de desempate.



Agricultura certamente veio antes que a forja de metais. Arquitetos vieram um pouco depois que os primeiros a empilhar madeiras e pedras. O engenheiro naval certamente veio antes que o engenheiro automotivo.

Mas e a computação? Há quanto tempo estamos aqui? Qual nossa relevância?

Desde já lhe adianto que se a filosofia é o Alfa, nós somos o Ômega. Nós e nossas técnicas estão no final de qualquer trilha que você tomar e levar mais a sério. Nós somos a sistematização, a otimização, aceleração, automação.

O nosso propósito é, numa análise ingênua, secundário. Vendedores seguirão vendendo sem nossa ajuda, contadores seguirão fazendo seus balanços, mesmo que seja em papel.

Por outro lado, o mundo moderno sem a nossa intervenção seria um lugar muito, muito tedioso.

Um dos meu professores (ou gerente, não recordo) comentou que, durante a implantação de um sistema contábil ele pôde ver as lágrimas da senhorinha que fazia o balanço todo fim de semana: ela apertou um botão e, de imediato, um relatório começou a sair da matricial. era o trabalho dela sendo transformado para melhor naquele exato momento.

Isto não é um caso isolado. Ao longo da carreira um profissional da tecnologia presenciará isso uma boa conta de vezes. Pessoas percebendo que o modo de trabalhar delas acabou de ficar mais rápido, mais simples. Elas tiveram suas rotinas de trabalho reimaginadas.

Você não será um mero criador de algoritmos cabalísticos. O código que você produzir irá, de modo direto ou indireto, impactar na vida de alguém. O garçom que não precisa mais retornar à cozinha para enfileirar os pedidos. O corretor que fará uma proposta de seguro em 30 segundo e vender no calor da emoção do primeiro carro do cliente. O médico que apertando 2 ou três botões gera uma receita legível. Tudo isso poderá ser obra sua. Você será o reimaginador das vidas das pessoas. É com você que elas contarão para resolver o erros do dia a dia de processos morosos e ineficientes.

Por isso nunca esqueça do propósito do produto que você estiver desenvolvendo. Tão importante quanto o talento para codificar será o seu talento em entender como seu cliente trabalha e entregar a ele um jeito melhor de fazer a mesma coisa.

Você deve reimaginar.


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